Em Londres, a onda do stand-up comedy – o comediante em pé no palco, sem figurino, script, cenários, caracterização ou personagem – começou por volta de 1975 e virou mania nacional. Atualmente, centenas de cafés, pubs e clubes londrinos contam com esta modalidade de show no cardápio. As apresentações trazem todo tipo de humor e seguem formato parecido com o apresentado no Brasil por nomes como Tom Cavalcante, Agildo Ribeiro e Jô Soares. No caso londrino, as piadas nem sempre são fáceis de entender – ao menos para brasileiros – já que o inglês tem um senso de humor bem particular. Eles satirizam qualquer nacionalidade (que não seja a deles), de preferência irlandeses, franceses e escoceses. O fenômeno se tornou tão popular na Inglaterra que já faz parte da cultura nacional. Programas dedicados ao gênero tomaram conta não só dos teatros londrinos, mas também da TV. Programas como Have I got news for you?, e Mock of the week, ocupam o horário nobre e são apresentados por comediantes com status de estrela e altos salários.
No fim da década de 50, o stand-up comedy virou mania entre boêmios e intelectuais nos EUA e Inglaterra. Mas foi nos anos 70 que o gênero tomou proporções maiores, lançando artistas internacionalmente. Uma nova geração de comediantes começou a explorar assuntos políticos, humor sexual e relações raciais. Foi quando o stand-up se abriu para comediantes negros e mulheres. Nos anos 80, canais como HBO e Comedy Central contribuíram para o crescimento do fenômeno. A década de 90 viu o gênero cruzar fronteiras e programas como Saturday Night Live e The Tonight Show lançaram estrelas. O gênero criou astros como Robin Williams, Eddie Murphy e Billy Cristal.
O estilo do “one man show” chegou ao Brasil em meados dos anos 60 pelas mãos do humorista José Vasconcelos. O gênero foi adaptado por Chico Anysio e Jô Soares em seus respectivos shows ao vivo, e hoje o país conta com novos e respeitados comediantes de stand-up. Na vanguarda do humor brasileiro estão nomes como Bruno Motta, Danilo Gentili, Diogo Portugal e Rafinha Bastos, além de grupos como o carioca Comedia em Pé, criado em 2005 pelos comediantes Claudio Torres Gonzaga, Paulo Carvalho e Fernando Ceilão. A nova formação do grupo carioca – sem Ceilão – adicionou os talentos de Fábio Porchat, Fernando Caruso e Léo Lins.
Já em São Paulo, o stand-up é liderado pelos talentosos Danilo Gentili, Marcela Leal, Marcelo Mansfield, Oscar Filho e pelo grupo Comédia Ao Vivo (Dani Calabresa, Marcelo Adnet, Fábio Rabin e Luiz Franca). Outros grupos de destaque são: Seleção do Humor Stand-Up, Santa Comédia, Sindicato da Comédia, Comédia Carioca, Comédia A La Carte.
Na conversa com o Comédia em Pé, sobrou piada até para o JB: “Acho que nós podemos definir a idade do homem apenas observando por qual parte do JB ele mais se interessa: o adolescente prefere a editoria de Esporte. O jovem, lê mais o Caderno B, para ver qual é a boa da noite. Já o cidadão mais maduro começa a ler por Economia e País. O velho vai direto para o obituário. Se o nome dele não estiver lá, “viva, ainda está vivo!”, Cortesia do Comedia em Pé.
(fonte: Adaptado de Jornal do Brasil www.jbonline.terra.com.br )
Ana Clara